sexta-feira, 27 de julho de 2007

Das máscaras cotidianas

Cinco e meia da manhã, como de costume, o despertador tocou. Apesar da empolgação por ter chegado, enfim, a sexta-feira, alguma coisa parecia falar em seu íntimo que não levantasse. Mas nada podia fazer.
Levantou-se, lavou bem o rosto para levantar os ânimos, não comeu nada diferente do que costumava comer todos os dias, saiu. O dia, ainda escuro, estava diferente. Percebia-se que alguma coisa não estava muito certa. O vento forte e a neblima a acompanharam até o ponto aonde passaria o ônibus. Percorreu todo o caminho estranhamente pensativa.
No local de trabalho, nada aparentemente anormal. Ligou o computador, abriu a caixa de e-mails. Nada novo. Leu as notícias que o jornal trazia. E pensava.
Ouviu um ruido. Vinha da maçaneta da porta principal. Mais alguém havia chegado cedo. De repente, o que não havia entendido até então começou a ter sentido. O proplema não era a rotina, ou o que fazia exatamente, mas as pessoas.
Era uma sensação quase insuportável sentir aquele sorriso tão falso quanto o da saudade se aproximando, dizendo um "bom dia" assombrado e emitindo uma energia sugadora de energias boas.
Impressionante como uma unica pessoa nem tão alta assim, nem tão bonita assim (realmente, não era bonita, talvez fosse culpa do sorriso), nem tão interessante assim, conseguia tirar tudo que há de bom da alma de outra.
Nada a fazer, a não ser contar os minutos para o fim do dia. Alguns recomendavam um bom banho de sal grosso, mas o simples fato de lembrar por alguns instantes do velho ditado que as avós contavam tem fundamento, já aliviava: "Menina menina, peixe morre pela boca!".
-"Tomara que fisguem logo essa daí!"
E voltava ao trabalho, tentando prestar mais atenção na musica baixa do que nas gargalhadas ao redor.


P.s.: "Não é o desafio que define quem somos nem o que somos capazes de ser, mas como enfrentamos esse desafio: podemos incendiar as ruínas ou construir, através delas e passo a passo um caminho que nos leve à liberdade."(Richard bach)

Um comentário:

  1. gostei! da pra sentir o estranhamento que estava no ar... numa manhã qualquer...num dia qualquer...

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