terça-feira, 24 de julho de 2007

Das linhas da amizade

O telefone tocou. Era tarde e ela já dormia, talvez até sonhasse. Podia não atender se quisesse, mas preferiu saber do que se tratava. Sonolenta, não lembrava bem o que dizia, mas gostava. Sem ao menos perceber ja se encontava completamente acordada, e sorria.
Conversa longa. Comentários sérios, brincadeiras cretinas, silêncio constrangedor. E assim foi. Aqueles mais ou menos duzentos minutos não pareciam bastar quando tantas palavras e tantas idéias surgiam como mágica na cabeça.
Ria baixo pra não incomodar ninguém. Se divertia tanto com aquilo tudo, que nem sequer se lembrou que o despertador tocaria dali a poucas horas.
Do outro lado da linha, ele que não tinha noção exata do que o fez pegar o telefone e discar o número dela, tão tarde da noite, percebeu então que nada é por acaso. E entendeu que valia a pena. E entendeu também que tudo que ela dizia era sincero. E se sentia tranquilo, apesar de tudo.
E os dois descobriram juntos que amizades pra valer não são feitas de palavras e conselhos apenas; mas de sorrisos e silêncios, quando o coração se permite falar e um sopro vale mais que quelaquer palavra ou intenção.



P.s.: Encontrar o verdadeiro sentido escondido dentro de si mesmo pode levar mil anos ou uma breve madrugada com cheiro de flores brancas, junto a alguém que só se quer bem.
(créditos do p.s. - Outro Viés de ilusão)

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