sábado, 4 de agosto de 2007

Ao meu Amor

Porque o que eu mais queria mesmo era que se passassem logo uns dez anos, pra eu ver que se tornaram reais os meus planos. Meus planos pra mim e, de uma forma um pouco egoísta (assumo!), meus planos para você. Talvez fique menos feio e mais sincero se eu disser que o que eu mais queria nessa vida é que dez anos se passassem assim logo pra eu ter a certeza de "nós".
Na verdade, o que eu queria mesmo era poder dar um pulinho no futuro, sem ninguem me ver, pra poder te olhar. Olhar você dormindo e ver teu braço ao redor do meu corpo; ver teu sorriso ao ler os bilhetinhos de "eu te amo" - os que eu deixarei pra você - pregados na geladeira, em meio a todos os muitos e muitos ímãs com numeros de disk-qualquer coisa (não sabemos cozinhar, lembra?); ver meu sorriso ao ler os bilhetinhos de "eu te amo" - os que você deixará pra mim - que cairão quando, um pouco atrasada, eu pegar meus tantos desenhos de forma desajeitada. Queria olhar assim, bem escondidinha, você brigando comigo por causa das toalhas molhadas na cama. Me ver brigando com você por causa de mais um atraso. Te ver preocupado nos dias em que eu chegar muda e com os olhos molhados. Me encontrar dizendo palavras confortantes naquelas horas em que você quererá gritar com o mundo. Espiar nós dois fazendo planos futuros e querer dar outro pulo no futuro para conferí-los.
Eu queria mesmo anotar cada detalhe, cada ruguinha nova que apareceu na sua testa, cada tom de cor que terá no meu cabelo, cada lençol guardado no armário, cada desenho da sua coleção de canecas (porque você gosta muito de canecas). Queria poder contar quantos beijos, abraços e carinhos trocaremos; quantos litros de milk-shake o Bob's terá faturado com cada passeio nosso; quantas vezes terei eu quase explodido por não conseguir mostrar tudo que eu sinto por você; quantas piadas cretinas terei eu aguentado; quantas crises minhas terá você aguentado; quantas estrelas teremos olhado, deitados numa grama qualquer, em noites de lua bonita. Queria mesmo poder contar o número de vezes por segundo eu acredito ser a pessoa mais feliz.
Mas fato é que, do futuro, só podemos querer. E do hoje o que eu sei é que, a cada minuto ao teu lado, descubro em mim uma nova célula, mais uma na formação desse órgão (ainda não reconhecido cientificamente) chamado amor e , junto, a certeza do pra sempre que existe.



P.s.:

"...Deverias chamar-te claridade

Pelo modo espontâneo, franco e aberto
Com que encheste de cor meu mundo escuro..."

(Vinícius de Moraes)

2 comentários:

  1. obrigada pelo comentário, bem construtivo. mas sei lá, acho que em algumas situações ainda me sinto de algemas e sem poder andar com as próprias pernas, e isso me irrita muito! estou numa situação assim, e não há nada a fazer, tenho que esperar certas coisas e um certo tempo determinado até a 'liberdade' e por em quanto o jeito é esperar, e na agonia, acabo tendo que desabafar no blog hahah.. terrível!! Ah, encontrei seu blog em alguma comunidade do orkut, mas não faço idéia qual era Oo! entrei em tantas procurando por bons blogs pra visitar! Bom, adorei o seu, vou colocar o link no meu blog. Um beijo! ^^

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  2. Lindo. Não há mais nada que se possa dizer.

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