P.S.: E muitas boas leituras! ;) - Nunca duvide do poder de um livro!!!
sábado, 31 de dezembro de 2011
Do limbo, das oportunidades e da virada...
P.S.: E muitas boas leituras! ;) - Nunca duvide do poder de um livro!!!
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Sobre Marias e retalhos - dos pedidos de Natal - 1995
Na manha do dia 25, a bicicleta de Ana a aguardava com um laço vermelho, debaixo da grande árvore. Lis acordou com uma caixinha de madeira recheada de retalhos, botões e linhas coloridas ao seu lado na cama, e Mariana correu para a casa da amiga, para ver quem mais estaria lá.
O pai de Lis não voltou naquele natal, nem em muitos outros. Foi então que Mariana, pela primeira vez, começou a questionar a existencia de Papai Noel...
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Queria um cara assim como um Casanova, mas que fosse só dela. Alguém que não se cansasse de inventar a cada dia um novo pretexto pra conquistá-la, por que a cada dia era também uma mulher diferente. Queria ser única em toda sua diversidade, queria o amor de um só que valesse por mil. Queria só ele, ser só dele. Queria só amor, e não queria acreditar que isso era pedir demais.
Era menina-moça, devota de Santo Antônio. Não acreditava em príncipe, mas sonhava ser princesa. Gostava de vestido rodado, de renda e sianinha. Brincava de esconde de si mesma vez ou outra, até se render ao batom vermelho na frente do espelho. Olhava a janela com olhos perdidos. Horizonte e pôr-do-sol se misturavam na cabeça dela. Era ela e todo mundo ao mesmo tempo. Era essência e forma. Era coisa bonita de se ver.
sábado, 20 de agosto de 2011
Sobre páginas, palavras e memórias ao vento
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Do meme - Desafio de meninas
1. Divulgar quem passou a tag
A Mariana Melo do blog Felizvros para Sempre.
2-Postar 10 fotografias das coisas que você mais gosta (podem ser da internet).
Cores |
Retalhos |
Livros |
Sofá Azul |
Janelas |
Escrever |
Viajar estrada à fora em dias de sol (e uma certa Kombi Amarela que nunca vai sair da memória...) |
Amores que duram |
Aqueles amigos pra sempre |
Luz de fim de tarde me lembrando que um novo dia me espera ansioso. |
sábado, 21 de maio de 2011
Da série "Por amor à Palavra": Parte II - Postado em 11/01/2011
Desde pequena fazia do mesmo jeito, se não era a almofada gigante jogada no canto da sala, era em cima do sofá azul. Se jogava no macio, com um livro em uma mão, o urso de pelúcia preferido em outra, e o gato malhado vindo atrás.
Passava pelo menos duas horas de sua tarde encostada em um de seus lugares preferidos, descobrindo cada nova história que sua mãe trazia para ela sempre que podia.
Deu várias voltas ao mundo em menos de oitenta dias, descobriu países maravilhosos, se olhou através de espelhos mágicos, e deparou com tantas espécies de animais falantes – alguns usavam até roupas.
Da cozinha ou do quarto, a mãe escutava as gargalhadas que vinham da sala, e acabava rindo sozinha também. Nas tardes de sábado o pai preferia deixar o jornal de lado, para observar as feições de felicidade da pequena criatura que, vez ou outra, parava a leitura para contar alguma parte da história para o felino sonolento que se mantinha ao seu lado.
Os dedos passavam as páginas avidamente. Na cabeça idéias borbulhavam, sonhos aconteciam e verdades se formavam.
Agora não tinha mais tantas tardes para gastar visitando novos mundos. Quem mais a observava era o relógio, que, com seu insistente tique-taque, tomava lugar ao lado de um velho urso de pelúcia na prateleira empoerada do quarto. No apartamento que dividia com a amiga, várias fotos do gato de duas cores que costumava percorrer distâncias ao lado da dona – ás vezes tinha a certeza de que era um cão disfarçado, só podia!
E, ali no cantinho do quarto, um Sofá Azul mantinha seu posto, guardando as histórias que foram vividas, as marcas do pequeno corpo de menina que tanto acomodou, e, em meio a bolsas, livros e roupas emboladas, memórias que não deveriam ser esquecidas.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Da série "Por amor à Palavra": Parte I - Postado em 10/01/2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Dos fins, dos meios, e da fé ao final das contas
terça-feira, 5 de abril de 2011
Sobre a Morte
quarta-feira, 23 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Ao Verão, com saudades
Em quatro dias você se vai e meu coração já sente a falta do calor que só você sabe como fazer.
Não quero pensar que terei, mais uma vez, que esperar quase um ano até o seu retorno. Gosto das outras estações, me encanto com as folhas caídas do Outono, o sopro frio do Inverno, danço com as cores da Primavera, mas é quando você está que tudo acontece.
É sob o seu calor que a vida ganha mais vivacidade, quando os sinos das escolas tocam uma última vez no ano dizendo escandalosos “boas férias!”, os pais deixam as crianças se lambuzarem com mais e mais sorvetes, e os casais apaixonados se rendem ao calor e deixam a paixão florescer. E as cores trazidas pela Primavera ganham um novo tom, aquele em que só o seu nascer e pôr do sol sabem colorir. E por falar em pôr do sol… nada mais bonito que um pôr do Sol num dia de Verão, depois de se lavar a alma em águas que venham de cachoeiras, piscinas ou do velho é bom banho de mangueira.
Você faz tudo virar novidade. Os mesmos lugares se transformam em lugares novos pelo simples fato de ser Verão. E as viagens de carro por longas estradas ao som de músicas que pedem janelas abertas e brisa no rosto se tornam histórias a ser contadas em futuras estações.
Ninguém diz “foi no outono que aconteceu”, mas todo mundo se lembra que foi “naquele verão!”.Todo ano você volta trazendo vontades e expectativas e se vai, deixando saudades e memórias.
A falta que sentirei de você ficará guardada aqui, dentro de mim, todos os dias até seu retorno. E quando você chegar, prometo comemorar sua volta mais uma vez, uma comemoração digna de uma estação dourada! E as lembranças que você deixou, escreverei e as tornarei eternas, para que quem não tiver a mesma sorte que eu tive, e vier pela primeira vez ao mundo antes de você estar, saiba logo de início as grandes aventuras que os esperam.
Faça uma boa viagem, mas mande notícias pelo caminho. ode ser um dia quente no meio do Inverno, ou um raio a mais de Sol num dia nublado de Outono. De alguma forma, saberei que foi você dizendo de longe “logo logo estarei de volta”.
Leve com você meu carinho soprado ao quatro ventos e não se esqueça que nossa amizade vai além dos meses que nos separam.
Um abraço,
Eu.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
À Ellie
Que surpresa a minha quando desci do táxi e pisei naquele chão com cheiro de terra molhada. Era meio da tarde e a chuva de verão acabara de cair, dando lugar a um sol radiante que se espreguiçava raio a raio, até cobrir todo o lugar. As nuvens tímidas deram lugar ao azul que inundou a paisagem. Fiquei alguns minutos entorpecida em frente ao imóvel. São dois andares pintados de branco, como aqueles dos seus recortes de revista, a varanda cobre os quatro cantos da casa, e uma rede azul anil dorme silenciosa ao lado da porta principal. As janelas são grandes e você poderá empurrá-las com as duas mãos toda manhã, para ver o sol nascer.
Andei em passos trôpegos, subi com um cuidado especial os dois degraus que dão na varanda e estiquei meu braço devagar, abrindo com cuidado a porta, como se evitasse ter a presença percebida, como se o lugar fosse imaculado a ponto de eu não merecer estar ali. A casa toda em madeira me deu um aconchegante sinal de boas vindas. Abri as janelas a fim de deixar o sol chegar, e a brisa de verão se sentiu a vontade para entrar, ocupando cada canto, como se a casa fosse dela. A cozinha se parece com aquelas das casas de vovós que vimos tantas vezes em filmes na tevê. A mesa no centro, com o vaso coberto de flores do campo deu vida ao resto do ambiente. Na sala, um sofá azul faz as vezes, e foi impossível não querer pular nele quando o vi. Experimentei suas almofadas por um momento e observei o teto. Pequenas estrelas, delicadamente pintadas, tomaram minha atenção por um bom tempo.
Subi as escadas devagar, acariciando o corrimão como para guardar a sensação. Os quartos são grandes como salões de festa, os armários embutidos têm espaço para guardar até nossa mobília. As janelas são, na verdade, duas grandes portas que abrem espaço a pequenas varandas, com cadeiras de balanço e almofadas bordadas. Me encontro sentada em uma delas nese momento.
Daqui de cima tenho a visão do pequeno pomar que fica no quintal, meus pés descalços coçam de vontade de tocar novamente a terra. Temos maçãs, laranjas, limões e amoras. Pela manhã os bem-te-vis cantam chamando uns aos outros para comemorar mais um dia que se inicia. As flores no jardim da frente passam a sensação de eterno arco-íris e, sempre às duas da tarde, Bóris, o preguiçoso beagle do vizinho, caminha vagarosamente para se deitar em meio às cores. Observo-o com graça. Chegou aqui antes de mim e também me deu calorosas boas vindas, com beijos regados a baba, como um bom beijo canino deve ser.
O sol começa a se pôr no horizonte, espreguiçando-se mais uma vez, mas recolhendo seus infinitos raios, dizendo “nos encontramos amanhã”.
Logo a noite chegará, e as estrelas de verdade tomarão lugar junto a lua no céu negro. Nesse momento também escurece meu peito e a saudade dói. Mal posso esperar o dia de sua chegada, para pisarmos juntas, descalças, nesse solo mágico, cheio de cores, cheiros e sensações.
Um beijo tão caloroso como o do Bóris.
Te espero.
Mamãe